24/09/21 Estéticas, Asimov, Doing Business, Primeiros Americanos, Resumos de IA
Por que popularizamos estéticas que não agradam as pessoas. É difícil adaptar Asimov para as telas. Por que Georgieva deveria renunciar do FMI. Os primeiros americanos. Uma IA que resume livros.
1. Por que os estilos estéticos mais populares não são os mais comuns no mundo moderno. Scott Alexander explora a sociologia da estética. Talvez porque parte do papel da arte seja a diferenciação de classe, e fugir do esteticamente agradável para o esteticamente complexo (ainda que na simplicidade modernista) seja um mecanismo de estratificação social. Ou talvez porque, desde o crash de 1929, os ricos tenham tentado evitar a ostentação ornamental presente em pinturas e edifícios mais tradicionais.
Quanto mais você se aproxima do presente, mais as pessoas ricas começam a sentir que sua posição é precária, que outras pessoas podem se ressentir delas - e a agir de acordo.
Por outro lado, elas ainda querem exibir sua riqueza. O negócio é fazer isso com negação plausível. Elas vestem um bonito terno feito sob medida ou compram uma pintura abstrata que parece completamente preta até que você olhe mais de perto e veja que é uma famosa peça de arte moderna que vale milhões de dólares. Isso passa a mensagem, mas não é exatamente o mesmo tipo de "f@$%#-se vocês, pobres coitados" como seria usar um terno feito de fios de ouro ou construir um palácio com estátuas de mármore de grifos na frente de cada porta. Se uma pessoa pobre tentasse reclamar do quão ostentoso e desrespeitoso você é por ter uma pintura que quase sempre parece preta, a crítica não encontraria eco.
Eu sou um pouco cético em relação a essa explicação porque não tenho certeza se isso está realmente enganando alguém. De certa forma, é ainda mais desrespeitoso gastar milhões de dólares em algo que a maioria das pessoas nem mesmo considera bonito. As pessoas não reclamam muito quando algum bilionário compra um Rembrandt, mas reviram os olhos quando alguém paga US$ 69 milhões por um NFT.
2. Por que as obras de Isaac Asimov fracassam em suas adaptações para o cinema e a TV. Entre os que tentaram e desistiram estão Steven Spielberg, Orson Welles e Paul McCartney(!). Talvez porque as obras de Asimov precisam em excesso daquelas partes dos filmes do Christopher Nolan em que uma pessoa está explicando a ficção científica para outro personagem, tipo a explicação de wormholes em Interstellar.
Asimov parecia quase entediado com os aspectos mais espetaculares de suas histórias, a tal ponto que em Fundação e em outros lugares, Asimov faria batalhas espaciais e outras cenas de ação ocorrerem "fora da tela" - embora ele não precisasse se preocupar com um orçamento de efeitos especiais.
https://lithub.com/will-the-foundation-series-finally-do-justice-to-the-novels-of-isaac-asimov/
3. The Economist pede a renúncia de Kristalina Georgieva, hoje à frente do FMI. Georgieva é acusada de ter favorecido a China no ranking Doing Business (DB) em 2017, quando atuava como CEO do Banco Mundial. Sua posição no FMI fica fragilizada no meio da rivalidade geopolítica entre EUA e China. Até porque "Os críticos do multilateralismo já estão citando esse caso como prova de que os organismos internacionais não são capazes enfrentar a China". A matéria também destaca a importância do DB para estimular reformas ao longo dos anos. A própria China, para além da pressão política, é um case de reformas por causa do DB.
Líderes têm usado [o DB] para motivar e monitorar as reformas regulatórias e gostam de se gabar do progresso de seu país. O FMI citou a classificação no ano passado ao argumentar a favor de um empréstimo para a Jordânia. Os dados ajudam a orientar os investidores. Dados que informaram 676 dos próprios projetos do Banco Mundial (no valor de US$ 15,5 bilhões) na última década, de acordo com uma avaliação interna ainda não publicada.
https://www.economist.com/leaders/2021/09/25/why-the-head-of-the-imf-should-resign
4. Indícios de que o ser humano chegou nas Américas milênios antes do que se pensava até agora.
A descoberta pode transformar a visão sobre quando o continente foi colonizado. Isso sugere que pode ter havido grandes migrações das quais nada sabemos. E levanta a possibilidade de que essas populações anteriores possam ter sido extintas.
https://www.bbc.com/news/science-environment-58638854
5. A OpenAI usa GPT-3 para resumir livros. No link, exemplos de resumos de Alice no País das Maravilhas, Orgulho e Preconceito, Romeu e Julieta, e Doze Anos de Escravidão. E como isso tem a ver com salvar a espécie humana do apocalipse causado pelo desalinhamento da AI.
Nossa abordagem atual para esse problema é capacitar os humanos para avaliar os resultados de modelos de aprendizado de máquina usando a assistência de outros modelos. Nesse caso, para avaliar resumos de livros, capacitamos humanos com resumos de capítulos individuais escritos por nosso modelo, o que economiza tempo ao avaliar esses resumos em relação à leitura do texto de origem. Nosso progresso em resumos de livros é o primeiro trabalho empírico em grande escala sobre técnicas de alinhamento de escala.
https://openai.com/blog/summarizing-books/
Imagem Kate Jarvik Birch