18/10/21 Música, Wokismo, Editores de Texto, Paternidade Anônima, Centro do Rio
O futuro da música. Falta coragem na resistência ao wokismo? O futuro dos editores de texto. Devemos reconhecer o direito de saber quem são nossos pais? O futuro do centro do Rio.
1. Como será o futuro da indústria da música? Ted Gioia traça 12 previsões, incluindo o retorno de algumas tradições medievais, como a popularidade das canções desconectada da popularidade dos artistas (algo que era comum no funk carioca?) e a falta de incentivo de gravadoras investirem em novos talentos.
Cada vez mais novos artistas terão sua grande chance nas plataformas da web (TikTok, YouTube, Peloton, Bandcamp, etc.) do que nas gravadoras. Dito isso, mesmo essas plataformas não são maneiras ideais de apresentar novos artistas a ouvintes curiosos. Portanto, não ficaria surpreso se uma plataforma totalmente nova surgisse durante a próxima década - uma interface que torne divertido e empolgante para os fãs ouvir novas músicas. O processo online deveria ser quase tão agradável quanto ir à balada, mas atualmente não é nem perto disso. É estranho dizer que videogames como o Fortnite podem acabar fazendo um trabalho melhor do que plataformas de música.
2. Bari Weiss escreve um manifesto em favor da coragem das lideranças empresariais e institucionais na resistência à revolução woke.
A revolução encontrou quase nenhuma resistência por aqueles que têm o título de CEO ou líder ou presidente ou diretor na frente de seus nomes. A recusa dos adultos presentes em falar a verdade, sua recusa em dizer 'não' aos esforços para minar a missão de suas instituições, seu medo de serem alvo de difamação e esse medo superando suas responsabilidades - foi como chegamos até aqui.
https://www.commentary.org/articles/bari-weiss/resist-woke-revolution/
3. Como MS Word e Google Docs estão enfrentando uma possível e profunda transformação dos editores de texto. O ponto de partido de editores como Notion e Coda não é mais a página em branco, mas o web browser. As interações deixam de ser ferramentas adicionais e passam a integrar diretamente a edição de texto.
Embora Notion e Coda já existam há vários anos, sua abordagem de repente está atraindo muita concorrência. O Google Docs adicionou listas de verificação interativas e links mais simples para outros documentos no início deste ano. Uma atualização futura do Box Notes do Box adicionará links de âncora, caixas de texto explicativo e tabelas revisadas. A ferramenta de gerenciamento de projeto Monday lançou um editor de documentos em agosto com acenos claros para os blocos de conteúdo de arrastar e soltar do Notion. A própria Microsoft está trabalhando em um sistema modular de edição do Office chamado Fluid Framework. Enquanto isso, Skiff e Craft, startups menores, estão dando seu próprio toque à fórmula, com os respectivos focos na privacidade e na escrita.
https://www.fastcompany.com/90685280/notion-coda-microsoft-word-alternatives
4. Saber quem são seus pais genéticos deve ser um direito de todos os filhos, independente do modo como foram concebidos? Filhos de doadores anônimos têm compartilhado experiências de como são afetados pela falta de transparência sobre seus vínculos biológicos, e argumentado a favor do fim da doação anônima de esperma, do acesso aos registros médicos dos doadores e de consequências para quem comete fraude genética - como pais que mentem para bancos de esperma ou médicos que trocam o esperma doado pelo seu próprio. (via Amanda de Oliveira).
Quando as pessoas concebidas por doadores pedem regulamentações sobre a troca de esperma, elas também estão pedindo o reconhecimento de que essa troca biológica é importante, que as origens biológicas são importantes. Fazemos esse reconhecimento com naturalidade em situações em que uma criança nunca conheceu um dos pais devido a circunstâncias trágicas da vida - mas por que essa situação seria diferente quando o vínculo é rompido pela biotecnologia? Em minhas conversas, pessoas concebidas por doadores muitas vezes lidam com comparações a cenários mais familiares. Elas estão pedindo direitos, mas também estão pedindo compaixão.
5. Em entrevista para Raul Juste Loures, o secretário de Planejamento Urbano do município do Rio de Janeiro, Washington Fajardo, traça sua visão anti-NIMBY para a revitalização das áreas degradadas do Rio de Janeiro. Suas propostas passam por incentivos para a construção no centro, desburocratização de licenciamentos, valorização do adensamento e simplificação do retrofit. É uma correção de rumo ao urbanismo excludente que tomou conta das cidades brasileiras - uma história bem contada, a partir de São Paulo, por este vídeo do Árvore do Futuro. (via Felippe Hermes).
Nossos índices de aproveitamento [do que se pode construir em cima de um terreno] louvam o espraiamento. Criamos ojeriza ao prédio e achamos tudo bem que as cidades cresçam para os lados, onde ainda não existe infraestrutura. O Jardim do Méier é do mesmo tamanho que o Bryant Park em Nova York. Ambos bem servidos pelo transporte urbano. Só que, ao redor do Méier, você pode construir três vezes os m² de um terreno [em um lote de 500 m² , a autorização é para 1500 m² de área construída]. Já ao redor do Bryant, pode 13 vezes. Eles lá têm alta capacidade; nós limitamos. No Plano Diretor, estamos propondo que sejam 7 vezes. A Zona Sul do Rio, por exemplo, é bem mais adensada que isso…
Não existe ainda uma palavrinha tão mágica para definir o oposto de gentrificação. Mas é degradação. Quando um bairro se degrada e todo mundo quer sair dali. É um coma urbanístico. Fica uma ilusão de acesso -- “vão ocupar o que ficou ruim”. Isso não é defesa dos mais pobres. É bom lembrar que governos ditos progressistas geraram subsídios fortíssimos para criar moradia distante para os mais pobres, gastaram bilhões para dar casa a duas horas de distância de qualquer emprego, de tudo.
https://braziljournal.com/maravilhosa-mas-deserta-o-plano-ambicioso-para-repopular-o-centro-do-rio
Imagem Victoria