06/05/21
De onde emana o poder vulgar dos palavrões. Um fazendeiro alterou a fronteira franco-belga por acidente. Novas considerações sobre as origens do Sars-CoV-2. Antigas memórias do autor de Aladim perdidas por 200 anos. A arquitetura precisa de um reboot?
1. O que faz as palavras serem palavrões? Como xingamentos exercem um poder desconectado do seu significado original? John McWhorter examina a origem e a essência das vulgaridades e profanações. "O palavrão tem passado por três eras principais - quando o pior que se podia dizer era sobre religião, quando o pior que se podia dizer era sobre o corpo e quando o pior que se podia dizer era sobre grupos de pessoas." https://www.theatlantic.com/ideas/archive/2021/05/what-george-carlin-got-wrong-about-profanity/618786/
2. Como se movem as fronteiras nacionais. Um fazendeiro belga, incomodado com um pedregulho, resolveu mudá-lo de lugar. Ao mover o objeto em 2,2 metros, ele aumentou o território da Bélgica e diminuiu o da França, supostamente violando um tratado de 1820. "Isso é muito, muito sério”, disse o Sr. Chopin. “Bem, ‘sério’ entre aspas porque, é claro, existem muitas coisas mais importantes do que isso.” https://nyti.ms/3h1X3yb
3. Nicholas Wage investiga as possíveis origens do SARS-CoV-2. Havia experimentos com coronavírus em Wuhan conduzidos com o nível de biossegurança de uma clínica de dentista nos EUA. O que parece ser um negócio sério. Em 9 de dezembro de 2019, Peter Daszak, o influente presidente de uma organização que financiava pesquisas no Instituto Wuhan de Virologia, se orgulhava de terem sido desenvolvidos no Instituto "mais de 100 novos coronavírus relacionados à SARS". "Alguns deles entram em células humanas no laboratório... são um perigo claro e presente". Quando, dias depois, o surto de Covid-19 brotava por Wuhan, Daszak "imediatamente lançou uma campanha de relações públicas para persuadir o mundo de que a epidemia não poderia ter sido causada por um dos vírus incrementados do Instituto." https://thebulletin.org/2021/05/the-origin-of-covid-did-people-or-nature-open-pandoras-box-at-wuhan/
4. "É uma das ironias da literatura que as Mil e Uma Noites devam sua fama global a estórias - 'Aladim' entre elas - que nunca pertenceram à coleção original em árabe. Essas estórias foram o trabalho, inventado ou reciclado, de um jovem sírio chamado Hanna Diyab - talvez o contador de estórias mais influente cujo nome chega até nós". O texto é um prefácio de The Book of Travels, texto autobiográfico de Diyab escrito no século 18 e redescoberto no Vaticano depois de 200 anos. Ele também tem a criação de Ali Babá no currículo (será que já apareceu algum sírio cobrando naming rights do Jack Ma?). Essa é a primeira vez que o texto aparece em inglês. https://www.theparisreview.org/blog/2021/05/04/the-travels-of-a-master-storyteller/
5. A arquitetura precisa passar por uma nova revolução. Não temos nada a perder a não ser nossos prédios poligonais. Por milhares de anos, os seres humanos construíam maravilhas em forma de edifícios ornados e cidades ecléticas e skylines majestosos. Por que nos aprisionamos dentro de nossas formas geométricas sem humor ou vida ou graça? "Portanto, arquitetos, sejam ousados. Sejam loucos. Futurismo gótico. Façam. Eles vão te chamar de pastiche. Vão dizer que você está ignorantemente reciclando o passado. Que seja. Que se danem. Vamos ver que maravilhas podem ser criadas se as regras forem quebradas e começarmos novamente de onde a Art Nouveau parou." Novo Maximalismo é uma expressão que vou acompanhar com curiosidade. https://www.currentaffairs.org/2021/04/when-is-the-revolution-in-architecture-coming
Imagem @alaiganuza