05/10/21 Vírus no DNA, Monomania, Covid na Nova Zelândia, PCR na China, Extrema Idade
Como codificar um vírus de software em um DNA. A monomania universitária. O fim da "Covid zero" na Nova Zelândia. PCR na China em maio de 2019. Quais os limites da extrema idade?
1. Um vírus digital em um DNA físico. É possível hackear um DNA a fim de codificar malware em suas cadeias físicas, conforme pesquisadores da Universidade de Washington demonstraram. Ao passar por um sequenciador genético, os dados codificados na estrutura física rodam como comandos que corrompem o software sequenciador, pondendo controlar a própria máquina.
Embora esse ataque esteja longe de ser prático para qualquer espião ou criminoso real, os pesquisadores argumentam que pode se tornar mais provável com o tempo, à medida que o sequenciamento de DNA se torna mais comum, poderoso e executado por serviços de terceiros em sistemas mais sensíveis. E, talvez mais direto ao ponto para a comunidade de segurança cibernética, também representa um feito impressionante de ficção científica.
https://www.wired.com/story/malware-dna-hack/
2. O psicólogo Jonathan Haidt acredita que as universidades americanas estão sofrendo de monomania coletiva.
Individualmente, o monomaníaco tem uma obsessão exagerada com apenas uma coisa, talvez um animal ou uma pessoa, ou uma ótica exclusivamente política ou religiosa dos acontecimentos. Mas o custo da monomania individual reside quase que exclusivamente no indivíduo. São as monomanias coletivas que acabam causando toda sorte de externalidades negativas. "Elas fazem com que um grande número de pessoas se comportem de maneiras que são prejudiciais e injustas para os demais."
Ao abolir o direito de questionar, um grupo monomaníaco está condenado a manter crenças que nunca são testadas, verificadas ou melhoradas. Podemos até dizer que os grupos monomaníacos provavelmente estão errados na maioria de suas crenças factuais e dos diagnósticos dos problemas que lhes dizem respeito. E se estão errados sobre os fatos e diagnósticos básicos, então quaisquer reformas que proponham a uma instituição têm mais probabilidade de sair pela culatra do que de atingir os objetivos dos reformadores.
3. A estratégia de Covid zero da Nova Zelândia garantiu que o país tivesse uma das menores taxas de infecção do mundo desde o início da pandemia. Mas a estratégia chegou ao seu limite. Enquanto países da região vêm ampliando a vacinação para uma transição a uma realidade endêmica, o governo de Jacinda Arden segue com pesadas restrições de fronteiras e lockdowns repetidos. E, com a ainda baixa taxa de vacinação, as manobras não têm conseguido evitar o surto da variante Delta.
A primeira-ministra Jacinda Ardern reconheceu o fim da estratégia de eliminação após sete semanas de um lockdown que não conseguiu impedir um surto da variante Delta, anunciando que as restrições seriam gradualmente suspensas em Auckland, a maior cidade do país.
O programa de vacinação do país também tem sido uma fonte de consternação. A campanha começou para valer apenas no mês passado, e menos da metade das pessoas com 12 anos ou mais foram totalmente vacinadas, deixando a Nova Zelândia bem atrás da maioria dos países desenvolvidos.
A Sra. Ardern começou a reconhecer o descontentamento público duas semanas atrás, quando anunciou, depois de mais de um mês de isolamento altamente restritivo, que algumas regras seriam relaxadas em Auckland, mesmo que grande parte do lockdown permanecesse valendo. Cerca de 200.000 pessoas puderam retornar ao trabalho, e restaurantes e cafés puderam reabrir para pedidos de entrega.
https://www.nytimes.com/2021/10/04/world/australia/new-zealand-covid-zero.html
4. Ainda em maio de 2019, meses antes de ter sido anunciado o primeiro caso de Covid na China, as compras de testes PCR na província de Hubei já haviam disparado.
Cerca de 67,4 milhões de yuans (US $ 10,5 milhões na conversão atual) foram gastos em testes de PCR em Hubei durante 2019, quase o dobro do total de 2018, com o aumento começando em maio.
Os pedidos dobraram nas universidades. Aumentaram cinco vezes no Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças e dez vezes nas agências de testes em animais. As compras dos hospitais diminuíram mais de 10%.
5. Hoje já temos um número suficientemente alto de humanos com mais de 108 anos de vida para rodarmos análises estatísticas de pessoas de "extrema idade". Uma das conclusões animadoras é de que um teto biológico de 130 anos pode não existir.
Essas descobertas sugerem que qualquer limite físico superior para a vida humana é tão grande que é improvável que já esteja alcançado. Os cálculos tornam implausível que haja um limite superior abaixo de 130 anos. Não há evidências de diferenças na sobrevida entre mulheres e homens após os 108 anos nos dados italianos e no Banco de Dados Internacional de Longevidade, mas a sobrevida é menor para os homens nos dados franceses.
https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsos.202097
Imagem John Wallie